Formado por duas irmãs apaixonadas e saudosas das receitas de família, o Tempero do Tempo tem como objetivo resgatar e difundir a ideia da alimentação caseira brasileira. Com suas formas simples de preparo e combinações intuitivamente saudáveis, estas receitas são sugeridas em resposta à crescente descaracterização e excessiva industrialização da alimentação tradicional brasileira, e os efeitos negativos que estas tendências trazem para a saúde.

Neste espaço, além de destacar o valor nutricional e cultural das mais apreciadas receitas da nossa cozinha, apresentaremos dicas e truques de preparo caprichosamente transmitidos de geração em geração. Os pratos escolhidos trazem portanto a combinação perfeita de ingredientes e temperos básicos que, testados e aperfeiçoados através dos tempos, representam verdadeiros tesouros da nossa culinária.

Apesar de simples, as receitas aqui reunidas (e as saborosas histórias que as acompanham!) foram cuidadosamente selecionadas para encorajar os leitores tanto a redescobrir a riqueza da culinária brasileira, como a encontrar o tempo da alimentação saudável, saborosa e prática.

Bom apetite!

23.3.12

Culinária brasileira pelo mundo

Nossa culinária tradicional vem despertando o interesse de muita gente por aí! 

A Universidade de Toronto mantém ativo um "Dinner Club", com a finalidade de celebrar a diversidade cultural da cidade e divulgar as riquezas culinárias de vários países. O Brasil teve sua noite de destaque na edição do último mês de dezembro, com a apresentação de Maíra Perotto, uma das autoras deste blog.

No link abaixo vocês poderão conferir os pratos que a galera aprendeu a fazer! 

http://utdinner.herobo.com/pictures2011-2012.php?id=9

22.3.12

Feijão Preto

Dizem que há três tipos de brasileiros: o que coloca o feijão em cima do arroz, o que coloca o feijão embaixo do arroz e aquele que prefere que cada um fique lado a lado. Mas a verdade é uma só, todo brasileiro adora um feijão!
Carioca, preto, mulatinho, vermelho, branco, fradinho, feijão de corda... refogado, caldinho, tutu, baião de dois, tropeiro, salada...
Cada região do país costuma ter uma preferência de grão e dezenas de receitas especiais para variar a forma de saboreá-lo.
Mas para esta postagem escolhemos o feijão no seu modo de preparo mais tradicional, principalmente para a refeição do almoço. O grão escolhido foi o preto, que é o grande favorito no Rio de Janeiro. Lá vai!

Deixe o feijão de molho, de véspera.


Troque a água e acrescente uma folhinha de louro.
São 4 xícaras de água para 1 xícara de feijão!




Panela no fogo!
Abaixe a chama quando a pressão
começar a chiar e cozinhe o feijão 
por 30 minutos.



Enquanto isso seprare os temperos
necessários:
óleo, alho e sal.

Feijão cozido? Então doure o alho em outra panela...



E acrescente o feijão.
Coloque o sal...



E deixe o caldo ferver, apurando com
o gostinho do tempero!


Dicas importantes:

- Se quiser um caldo grossinho, amasse um pouco os grãos com uma colher enquanto o feijão estiver fervendo com o tempero;

- Para o caldinho, acrescente cheiro verde picado e um pouquinho de pimenta do reino.

- Se o feijão não for deixado de molho, ferva-o com um pouco de água, por uns 3 minutos e depois escorra-o. Depois coloque-o na pressão, com mais que 8 xíc. de água e deixe-o cozinhar, em fogo bem baixo, por 45 minutos. 

- Não desperdice a água escorrida. Aproveite-a para molhar suas plantas!


E qual a sua dica para um delicioso feijão? Uma linguicinha? Carne seca? Farinha de mandioca para acompanhar? Compartilhe conosco!

19.3.12

Arroz Branco

Como um dos elementos que compõem a base da típica refeição brasileira, este delicado cereal acompanha tão bem a maioria dos pratos da nossa culinária que já virou até gíria. Quem nunca ouviu falar de um amigo que é "só arroz"?
Mas assim como ninguém abre mão da companhia de um bom amigo, é difícil lembrar de uma receita brasileira que não harmonize, ou mesmo se complete, com a presença do arroz.
Na nossa família, tivemos a sorte de herdar uma simples e bela receita. Apesar de já dominarmos o modo de preparo, nesta postagem tivemos a honra de contar com as mãos de Rosângela Botelho Perotto, nossa famosa "mamãe"!


coloque uma caneca com água para ferver


escolha o arroz branco de sua preferência

                                  

                      
corte 1/2 cebola em pequenos cubos 
                     
um fio de óleo na panela     
                                             
refogue a cebola picadinha no óleo aquecido
                                      


em seguida, acrescente o arroz...
                                       


sempre mexendo.
                                                     
sal...mas sem exagerar!
                                                      
hora da água fervendo
                                      


quantidade: uns 2 dedinhos acima do arroz



                                        
espere ferver novamente
e abaixe o fogo em seguida

                                        

tampe a panela mas fique de olho. se necessário coloque mais água, aos poucos!      



e eis o arroz prontinho!

Mais alguma coisa? Dona Rosângela gosta de cobrir a panela com um pano de prato assim que desliga o fogo. Dizem que este é um dos segredos do arroz soltinho!

16.3.12

E quem estreia no blog?!


O arroz e feijão de cada dia, claro!
Essa deliciosa dupla é um símbolo nacional. Apesar do arroz e do feijão também fazerem parte (combinados ou não) da alimentação típica de muitos outros países, a nossa forma de preparo destes alimentos  - o arroz refogado e o feijão com o caldo - é o que lhes dá o toque especial brasileiro. O cheirinho de arroz e feijão fresquinhos também!
Nutricionalmente, eles são ainda mais atrativos. O feijão é sempre destaque como uma importante fonte de ferro para a prevenção da anemia. Mesmo contendo o tipo de ferro cuja assimilação é menor do que a do ferro encontrado nas carnes e vísceras, a contribuição do feijão para o total de ferro consumido torna-se significativa se consideramos que o seu consumo per capita diário é um dos maiores em todas as regiões e níveis de renda brasileiros (cerca de 180 g por dia). Essa dupla é uma importante e saudável fonte de energia, por fornecer o tipo preferencial de carboidratos: aqueles que contêm calorias, mas também fibras e outros nutrientes. Isso significa que o arroz e o feijão fornecem energia de alta qualidade, tanto para quem quer manter quanto para quem quer reduzir o peso. Além disso, ao combiná-los na proporção de 2:1, o arroz e o feijão oferecem um perfil completo de proteínas.
Dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares indicam, no entanto, que apesar de ocuparem o 1º e 2º lugar entre alimentos mais consumidos pelos brasileiros, eles estão perdendo espaço no nosso prato. Como?
Em 30 anos, o nosso consumo médio de arroz caiu 23% e o de feijão, 31%.
O arroz e o feijão estão, portanto, perdendo espaço para outros alimentos, como biscoitos e bolachas salgadas, doces e recheadas, cujo consumo aumentou em 400% no mesmo período. Apesar de também serem fontes de amido, estes alimentos NÃO SÃO nutricionalmente equivalentes ao arroz e feijão. Isso porque em sua grande maioria, são muito concentrados em gorduras prejudiciais à saúde, além de conterem quantidades consideráveis de sal e açúcar.
Resultado: O Guia Alimentar para a População Brasileira enfatiza que por serem uma combinação alimentar saudável e completa em proteínas, o arroz e o feijão devem ser a BASE da nossa alimentação. Isso mesmo. O arroz, os pães, as massas e os tubérculos, contrariamente ao que propõem muitas “dietas”, devem ser os principais componentes da maioria das refeições e com isso, representar a mais importante fonte de energia (ou calorias) diária. 
O Guia salienta, no entanto, que eles devem ser consumidos preferencialmente na sua forma integral. Isso porque os alimentos integrais são nutricionalmente muito superiores às suas versões refinadas, além de promoverem a sensação de saciedade, que nos ajuda a moderar o consumo de calorias sem a sensação de fome. De fato, na última POF, foi comprovado que pessoas que consumiam regularmente arroz integral tinham uma alimentação menos calórica, mais rica fibras e com menor teor de gorduras saturadas do que a média populacional. Resumidamente, portanto, adotar os cereais integrais como fontes preferenciais de energia é uma prática de grande impacto para melhorar 3 dos mais importantes indicadores da qualidade da nossa alimentação.
Agora, vamos à parte prática: as receitas do arroz integral, do arroz branco e do feijão.